domingo, 10 de abril de 2022

A Aviação do Exército em Operação na Frente Leste 90 anos da Revolução Constitucionalista

 

Por : Julio Cesar Fidelis Soares 

Resumo

O presente artigo busca um pouco da história da Revolução de 1932, que ocorreu em grande parte do território do Vale do Paraíba, nas áreas fronteiriças entre os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, exatamente nas terras de Resende-RJ, alvo estratégico na visão militar paulista e das tropas governistas. A intenção é chamar atenção para participação da Aviação do Exército na Revolução e seus protagonistas em ação no Médio Vale do Paraíba, mais precisamente no aeródromo de Resende-RJ.

Palavras chave: Aviação revolução - representação social

Sommaire

Cet article cherche un peu de l'histoire de la Révolution de 1932, qui s'est produite dans une grande partie du territoire de la vallée de Paraíba dans les zones frontalières entre les États de Rio de Janeiro, São Paulo et Minas, exactement dans les terres de Resende, qui était une cible stratégique dans la vision.Force militaire pauliste et troupes gouvernementales. L'ouvrage vise à attirer l'attention sur la participation de l'aviation militaire à la Révolution et de ses protagonistes en action dans la vallée moyenne de Paraíba, plus précisément à l'aérodrome de Resende dans l'État de Rio de Janeiro.

Mots-clés : Aviation révolution représentation sociale


Para darmos início ao nosso breve estudo, há de se buscar, para um entendimento, as causas e objetivos do movimento revolucionário. Um assunto complexo que procuraremos dar uma noção ao leitor. Assim sendo, já alertamos que não é possível entender a Revolução de 1932 sem saber dos fatos e ações que movimentaram a Revolução 1930. Um drama brasileiro realizado em dois atos, como disse Aureliano Leite em seu trabalho que também nos diz que a Revolução 1932 é uma projeção domovimento da Proclamação da República, ou seja, faz parte de todo um processo dinâmico de reorganização dos subgrupos políticos, dentro do movimento Republicano.

Mas, além disto, temos pelos menos dois fatores exógenos que dão rastilho a Revolução de 1930:

1)                 A crise econômica do café, que podia ser atenuada por providências
governamentais;

2)                 O clima internacional, dado o espírito de imitação do brasileiro ou o contágio de
movimentos revolucionários vitoriosos na Argentina, no Chile, etc…

Somados todos os fatos, triunfou em 1930 o movimento Revolucionário da Aliança Nacional e dá-se início ao processo daquilo que irá se chamar de Revolução Constitucionalista que teve por objetivos, além de entregar São Paulo a si mesmo, obrigar a Ditadura a recolocar a Revolução no seu verdadeiro caminho, obedecendo às reivindicações da Aliança Liberal, como o disse João Neves da Fontoura.

Ao iniciar-se o movimento no Estado de São Paulo, Resende sente os primeiros efeitos da movimentação de tropas, uma vez que as mais importantes unidades militares paulistas vão se voltar para direção de Resende como primeiro ponto a ser conquistado, com vistas a chegar à capital federal. A cidade tranquila do interior, com seus casarões centenários advindos do ciclo cafeeiro, transformam-se em setor de operações das tropas do governo (legalistas). Itamar Bopp nos relata que, em 10 de março de 1932, entra na cidade, sob o comando do Coronel Pinto Coelho, um pelotão do 1º Regimento de Cavalaria Divisionária, que monta sua área de acantonamento em Campos Elíseos.

No dia 12 de março o comando é passado ao Coronel Manoel de Cerqueira Daltro Filho. O destacamento é reforçado por mais três unidades do Exército, quando se instala o Quartel General em dependências da Estrada de Ferro, ou seja, na sede da Estação Ferroviária de Resende. Neste momento é proclamada, aos habitantes de Resende, que a cidade está ocupada militarmente, como medida preventiva, e é divulgada quais as restrições sob ordem marcial. Mais de 800 homens são mobilizados para manterem a ordem e disciplina em função do momento delicado.



Fig.1 Cel. Daltro e Gen. Góes Monteiro 1932

Breve histórico das Asas da Força Terrestre – Dos balões na Guerra da Tríplice Aliança (1867) ao advento da Arma de Aviação e o conflito de 1932

 

            Durante a Guerra da Tríplice Aliança (Guerra do Paraguai), em 1867, o então Marques de Caxias (Duque de Caxias - Patrono do Exército) operou balões cativos para observar as tropas paraguaias nas regiões de Curupaiti e Humaitá. Foi o primeiro emprego de um meio aéreo em combate na América Latina.

 

            A importância dos balões, como plataforma de observação e reconhecimento em combate, levou o Exército Brasileiro a planejar a primeira unidade aérea (Parque de Aerostação) das Forças Armadas Brasileiras. O 1° Ten Juventino da Fonseca, em 1907 na Europa, realizou cursos e provas para operação de balões, tornando-se o primeiro aeronauta militar do Brasil. Realizou, também, a aquisição de balões e demais materiais necessários para o início das operações do Parque de Aerostação. Infelizmente, no ano seguinte, na primeira demonstração aérea em solo brasileiro, nosso primeiro aeronauta sofreu um acidente durante o voo e faleceu com a queda do balão. Este fato provocou a primeira investigação aeronáutica no Brasil.

 

            Durante a década de 1910, os aviões ganham os ares e atenção em todo o Planeta.

            Em 1915, de forma pioneira na América do Sul, a nossa Força Terrestre empregou o avião em combate na região de conflito da Campanha do Contestado, na região das localidades de União da Vitória - PR e Porto União - SC. Coube ao Patrono da Aviação do Exército, Capitão Ricardo Kirk, na época Tenente, a montagem dos primeiros hangares de campanha e a realização do voo histórico para reconhecer a região.

 

            Os anos seguintes após a Campanha do Contestado, com o Mundo envolvido na 1° Grande Guerra, mostraram a importância do vetor aéreo no Teatro de Operações.

 

            Os resultados positivos levaram o Exército Brasileiro a realização de acordos militares com a França, vencedora do Primeiro Grande Conflito Mundial. Nasce, em 1918, a Missão Militar Francesa de Aviação, conhecida como “Pequena Missão”, com o objetivo de apoiar, tecnicamente, a criação  oficial das "Asas da Força Terrestre".

 

            A Aviação Militar, como era chamada a antiga Aviação do Exército, escreveu uma grande história, de evolução e sucesso, durante mais de 20 anos (1919 a 1941).

 

            Em 29 de janeiro de 1919, com forte influência francesa e modelos de aeronaves empregadas na 1° GM, foi criado o Serviço de Aviação Militar e respectiva Escola, cuja inauguração oficial, no Campo dos Afonsos - RJ, foi realizada em 10 de julho do mesmo ano.

            Essa primeira fase de criação e evolução perdurou até 27 de janeiro de 1927, quando o então Serviço evolui para a Arma de Aviação Militar, a "5° Arma do Exército", com visão expansionista e estratégica no Território Nacional. A injeção de grandes recursos na época foi fundamental para essa nova fase, permitindo o verdadeiro batismo de fogo neste conflito de 1932.

 

           No final do artigo, encontra-se a relação dos pilotos formados no período de 1920 a 1932. Muitos escreveram nos ares a história da Aviação Militar na Revolução Constitucionalista de 1932.

Fig.2 Brasão de Armas da Escola Militar com simbolismo da 5ª Arma – Aviação Militar.



As Operações na Frente do Vale do Paraíba

Depois de passada duas semanas, após o início dos confrontos, os documentos nos mostram que a base de todas as Operações Aéreas, no Vale do Paraíba, passou a ser no Campo de Aviação de Resende, instalado na Chácara das Sementes, pertencente ao Ministério da Agricultura.

Uma grande área foi desbastada, ampliada e melhorada, utilizando os eucaliptos para estrutura dos hangares, levando o aeródromo a ser batizado de “Campo dos Eucaliptos”. Hoje, nesta mesma área, encontra-se a Academia Militar das Agulhas Negras.




Figura 3. Nesta imagem aérea vemos a Fazenda do Castelo e sua estrada em direção a Chácara das
Sementes. (Acervo Prof. Historiador Fernando Mauro
RJ)

De Resende partiram todos os aviões para a operação em apoio às ações do Destacamento do 
Exército do Leste, sob comando do General Pedro Aurélio de Góes Monteiro. Seu Estado-Maior  era composto de dois oficiais assessores para assuntos de aviação, os Capitães Vasco Alves Secco e Carlos Pfaltzgraff Brasil. O Comando do Grupo Misto de Aviação transferiu-se, nos primeiros dias de agosto, para Resende, cujo comandante era o Major Eduardo Gomes. Este, a 6 de setembro, foi nomeado, cumulativamente, Comandante das Unidades Aéreas do Destacamento do Exército do Leste.


Figura 4. Temos os Tenentes Nero Moura e Muricy nos aeródromo de Resende. Fonte: Museu Nero
Moura .



Figura 5. Vemos o Aeródromo de Resende com sua estrada, o Campo de Pouso, tarmac e a sede da Chácara
das Sementes ao final.
(Acervo Prof. Historiador Fernando Mauro RJ)


Neste período das ações no Vale do Paraíba, mais especificamente em Resende, houve a atuação da 1ª Companhia Provisória Preparadora de Terrenos, responsável pela construção do aeródromo. Conforme foi chegando o término das hostilidades, e com o recuo das tropas Paulistas, foram utilizados os Campos Provisórios de Cruzeiro e Lorena.


Figura 6 Preparação do Campo de Resende pela 1ªCia Provisória Preparatória de
Terrenos
.Fonte:SIAN2021


Figura 7. Temos imagem da Estrutura do Hangar onda podemos observar ainda alguns Eucaliptos.Fonte:SIAN2021

Várias missões foram realizadas na Frente Leste pelo Grupo Misto de Aviação. Na Frente do Vale do Paraíba,  vários oficiais participaram das ações, entre ele temos o Major Eduardo Gomes, os Capitães Henrique Dyott Fontenelle, Antônio Fernandes Barbosa, Inácio de Loyola Daher; Os 1º Tenentes Francisco de Assis Corrêa de Mello, Jose Candido da Silva Muricy,  Antônio Alves Cabral, Antônio de Lemos Cunha, Márcio de Souza Mello, Joelmir de Campos Araripe Macedo, Jose Sampaio Macedo, Clovis Monteiro Travassos, Jose de Souza Prata, Júlio Américo dos Reis, Nelson Freire Lavenère-Wanderley, Joaquim Tavares Libânio, Armando Perdigão, Benjamim Manoel Amarante, Waldemiro Advíncula Montezuma, Homero Souto de Oliveira, João Adil de Oliveira, Martinho Candido de Souza, Aloysio Telles Ribeiro e o Carlos Rodrigues Coelho. Os 2º Tenentes que Operaram a partir do aeródromo de Resende foram eles Oswaldo Balloussier, Jose Vicente Faria Lima, Manoel de Oliveira, Nero Moura, Miguel Lampert, Ruy Presser Bello, Anísio Botelho, Geraldo Guia de Aquino, Lauro Aguirre Horta Barbosa, Armando Serra de Menezes, Carlos Brunsuvick França, Oswaldo Carneiro Lima, Tyndaro Pereira Dias e Dinarco Reis. Quem é conhecedor de História militar vai notar que nestas listas estão os principais personagens do futuro primeiro Grupo de Caça da vindoura Força Aérea Brasileira que vai fazer história nos céus da Europa com no famoso Senta Púa.

Ação sobre o Vale

Nos céus do Vale do Paraíba ocorreram poucos encontros aéreos. Um deles se deu no dia 22 de agosto de 1932, entre uma aeronave Waco C.S.O. e um caça Nieuport Delage 72, da aviação revolucionária paulista. Em outra ação, uma aeronave Waco C.S.O e um Potez 25 T.O.E. legalista trocaram rajadas com alguns aviões paulistas quem haviam feito ataque às tropas na frente de combate de Queluz-SP. Os aviões legalistas, baseados em Resende, decolaram para perseguí-los. Não ocorreram baixas pois, ao chegarem ao espaço aéreo, as aeronaves paulistas já haviam retornado a sua base em Lorena-SP. Com avanço do combate,  uma aeronave Potez 25 T.O.E., prefixo A-116, da esquadrilha paulista, foi incendiada em decorrência de um bombardeio ocorrido no dia 23 de agosto, sobre o Campo de Guaratinguetá-SP.

Em Resende, o bairro de Campos Elíseos foi ocupado pelas tropas em ação e em sua área do Horto Florestal, do Ministério da Agricultura (conhecido na época por Chácara das Sementes/Horto Florestal), foram derrubadas árvores para dar lugar a um campo de pouso voltado às operações de esquadrilhas de aviões militares, com missões de observação e ataque ao solo paulista. Os populares aviões chamavam muita atenção dos moradores locais, com destaque para a primeira aeronave, pilotada pelo tenente Muricy, da Aviação Militar (Exército).

O Tenente Muricy foi um dos primeiros a engajar num combate aéreo pilotando um Potez 25 T.O.E., tendo como observador metralhador o Tenente José Vicente de Faria Lima.Durante a Revolução Constitucionalista, em 1932, o Grupo Misto da Aviação Militar operou com 5 (cinco) Waco C.S.O (com metralhadoras e porta-bombas) e 12 (doze) Potez 25 T.O.E (observação e bombardeio), junto a Escola de Aviação Militar, está com 11 (onze) De Havilland DH 60T (ligação, observação e regulagem de tiro de artilharia), 1 (um) Nieuport Delage 72 (caça) e 1 (um) Amiot 122 (bombardeio). Todos participaram das operações ao lado das forças legalistas. Os aviões Waco C.S.O eram chamados, pela população, de “Vermelhinhos”. Foram realizadas cerca de 1.300 missões e voadas, aproximadamente, 2.500 horas.


Fig.7 Umas aeronaves do Grupo Misto de Aviação Militar em Resende.Fonte SIAN2021

Mas o episódio mais marcante das operações com aeronaves, no período dos confrontos de 1932, foi o relato do historiador Itamar Bopp sobre o bombardeio a Resende. Sabe-se que o General Klinger determinou, como ação de dissuasão, que fosse feito o bombardeio aéreo das cidades do Rio de Janeiro, de Barra Mansa, de Barra do Piraí e Resende, sendo que esta foi a única a ser atacada entre os quatro pretensos alvos das cidades citadas, nas diretivas do General Bertholdo Klinger (Comandante em Chefe das Forças Paulistas). Resende sofreu um ataque aéreo em 1932, fato  este que, dentro da história militar, faz da região alvo para mais estudos sobre a ação das tecnologias bélicas na historiografia militar brasileira. Mas como se deu o fato? Segundo Bopp nos relata, da seguinte maneira:

“Na madrugada de 13 de agosto de 1932, por volta de três horas da madrugada, a cidade é despertada por violentos e sucessivos estampidos. Madrugada de luar argênteo. Buscam todos, atônitos, conhecer a causa. Foi logo conhecida. Um avião que viera das bandas de São Paulo e que em baixa altitude sobrevoara o Campo de Aviação de Campos Elíseos, e o comboio da Central do Brasil que estacionado na estação de Resende, servia de Q.G. do General Góes Monteiro, tomando rumo a fazenda Santo Amaro nas cercanias da cidade, bombardeara terra limítrofes. Identificam-se sem tardança, os locais atingidos ,terra das chácaras de Adelino Souto e de Inez Teltscher,à rua do Rosário e um valo[1], nos campos do imóvel Santo Amaro, de propriedade do Dr. Oliveira Botelho. Indisfarçável o nervosismo da população. Por todo dia foi grande a romaria de curiosos ,civis e militares aos pontos atingidos. Um dos grandes petardos que caíra na chácara Teltscher ,não explodira embora cravado até a meia altura ,no local depois de desgalhado pequena árvore que frondejava. Parece que o intuito do aviador ,foi tão só, fazer guerra de nervos, alarmando a população civil e atemorizando as tropa legais, com bombas feitas em Limeira pela firma Barros Camargo.”[2]

 Em O Emprego da Aviação na Revolução constitucionalista de 1932, Manuel Cambeses Júnior nos trás o seguinte relato sobre o ataque a Resende:

“...o Grupo de Aviação Constitucionalista se deslocara para Lorena, a fim de tentar barrar o avanço governista no Vale do Paraíba e na frente mineira. Chegados a Lorena, foram logo empenhados em ataques a pontos fortes da frente legalista, surpreendendo as tropas há muito habituadas apenas ao sobrevoo de aviões amigos. Com o intuito de marcar o seu espírito ofensivo, os rebeldes planejaram um audacioso ataque ao Campo de Resende, levado a efeito no dia 13 de agosto às 01h30min, sem maiores consequências táticas, mas constituindo-se no primeiro ataque aéreo noturno realizado na América Latina. É o que afirmam alguns pesquisadores, declarando que ele precedeu de dois anos e quatro meses o alegado primeiro ataque do avião naval paraguaio Macchi M 18, que consta nos registros aeronáuticos como tendo sido realizado a 20 de dezembro de 1934.”

Figura 8. Aeródromo de Resende, Campo dos Eucaliptos, população e Liga das Mulheres visitam as Instalações. Fonte: Revista Careta – Biblioteca Nacional.


Em retaliação a ousadia dos paulistas, o comando da Aviação Militar respondeu imediatamente às tropas inimigas, desfechando um ataque ao aeródromo de Lorena com uma unidade formada por sete aeronaves, sendo 5 (cinco) Potez 25 T.O.E e 2 (dois) Waco C.S.O, surpreendendo as equipes da aviação paulista, entretanto, sem causar danos às aeronaves inimigas, mas danificando a pista do aeródromo. Segundo relato de Cambese em sua obra, ele nos diz que em agosto, lá pelos idos do dia 22, houve um combate aéreo envolvendo 1 (um) Waco C.S.O e 1 (um) Nieuport Delage 72, do lado dos paulistas, e 1 (um) Waco C.S.O e 1 (um) Potez 25 T.O.E do lado do Governo. Esta situação foi fruto do encontro das aeronaves paulistas que voltavam de uma incursão às posições das tropas legalistas na cidade de Queluz. Avisados da ação das aeronaves, o comando da aviação em Resende despachou ordem de interceptação, fazendo decolar duas aeronaves, com confronto sem danos das partes. 
Com a evolução dinâmica do conflito, apresentando reveses para o lado Constitucionalista, as tropas do Governo avançaram sobre o solo paulista, retomando palmo a palmo o terreno. Lembro que neste ponto ocorreu a ação das unidades de Infantaria do Exército, sobretudo as unidades de Caçadores, as unidades de Cavalaria, da Brigada do Rio Grande do Sul, das unidades de Engenharia e seus Pontoneiros, e as poderosas unidades de Artilharia de Campanha e Montada, somado os Batalhões e Regimentos de Infantaria das Forças Públicas  (estados de Sergipe, Alagoas, Paraíba, Espirito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Estado da Guanabara). Toda essa força bélica gerou grande pressão sobre as tropas constitucionalistas, passando a operação das aeronaves de Resende para Pouso Alegre-MG, cerrando o apoio das tropas legalistas às terras paulistas. Simultaneamente, os outros aviões baseados em Resende desenvolveram operações intensas no Vale do Paraíba em apoio ao avanço das tropas até a rendição final em 3 de Outubro de 1932, na cidade de Cruzeiro, onde ocorre as tratativas de armistícios entre o General Góes Monteiro e o Coronel Euclides de Figueiredo, face ao telegrama emitido pelo General Bertholdo Klinger propondo sessar das hostilidades.
                                             Anexo I

A PRIMEIRA TURMA DE PILOTOS-AVIADORES MILITARES - 1920

A 22 de janeiro de 1920, graduou-se a primeira turma de pilotos aviadores militares, composta dos seguintes oficiais: 
— Capitão Raul Vieira de Mello, Primeiros-Tenentes Anor Teixeira dos Santos, Pedro Martins da Rocha, José Felinto Trajano de Oliveira e Godofredo Franco de Faria, Segundos-Tenente Gil Guilherme Christiano, Henrique Raymundo Dyott Fontenelle, Raul Luna, Rosalvo Tanajura Guimarães, Angelo Mendes de Moraes, Salustiano Franklin da Silva e Ivan Carpenter Ferreira.


A SEGUNDA TURMA DE PILOTOS-AVIADORES MILITARES - 1920

Segundo-Tenente Fernando Miguel Pacheco e Chaves, 2° sargento Francisco Marinho Bandeira de Mello, 3° Sargento João Menezes de Mello, 2°s Sargentos Belmiro Scarinci e Rodolpho Prates, Cabo Arthur Fernandes da Cunha, soldado Sylvio Edézio da Rocha, 3°s Sergentos Paulino de Carvalho Vasques e Armando Level da Silva, 1°s Sargentos Heráclito Teixeira da Silva, Raul Dinoá Costa, João de Moraes Pereira e Aimand Pelicier.


A TERCEIRA TURMA DE PILOTOS AVIADORES MILITARES - 1921

Segundo Tenente Rubens de Mello e Souza, Capitão Marcos Evangelista da Costa Villela Júnior e o Segundo Tenente Antônio Guedes Muniz.
Os sargentos diplomados na terceira turma de pilotos aviadores militares foram: 1° Sargento Francisco Salles de Lorena Fernandes, 3° Sargento Noêmio Ferraz, soldado Nicolino dos Reis Costa, 1° Sargento Antônio José Fernandes, 2° Sargento Adalberto Coelho da Silva, 3° Sargento Thomaz Menna Barreto Monclaro, 2° Sargento João Leite da Silva, soldado José Rodrigues Pinto, 2° Sargento Cear Augusto Simões Pedrette e 3° Sargento Carlos Rodrigues Coelho.


A QUARTA TURMA DE PILOTOS AVIADORES MILITARES - 1922/1923

Os oficiais diplomados na quarta turma foram o Primeiro-Tenente Alvaro Assumpção d'Avila e os Segundos-Tenentes Emílio Gaelzer, Octávio Valle e Cícero Odilon Mafra Magalhães.
Os sargentos e praças diplomados foram: 2° Sargento Victor Emmanuel, 1° Sargento Odemiro Martins de Araujo, 3° Sargento Synval de Castro e Silva filho, 3° Sargento Lourival Campello, anspeçada Gonçalo de Paiva Cavalcanti, 1° sargento Luiz Aurelio de Godoy e Vasconcellos,  o soldado Rubens Gomes de Almeida e o 3° sargento José Sampaio Xavier.



A QUINTA TURMA DE PILOTOS AVIADORES MILITARES - 1923

Capitão Amilcar Sergio Velloso Pederneiras, Suboficial paraguaio José J. Jara, Sub-oficial paraguaio Juan José Benites, Primeiros-Tenentes Adalberto Araripe da Rocha Lima, Arquimedes Cordeiro e Abelardo Servilio de Mesquita, Segundos-Tenentes Armando de Mello Meziat e Antônio Alberto Barcellos e Primeiro-Tenente Carlos Saldanha da Gama Chevalier.



A SEXTA TURMA DE PILOTOS AVIADORES MILITARES - 1926/1927

Capitão Lysias Augusto Rodrigues, os Primeiros-Tenentes Floriano Peixoto da Fontoura Nunes, e Godofredo Vidal, o Segundo-Tenente Francisco de Assis Corrêa de Mello e o Aspirante a Oficial da Reserva de 1° linha João Egon Prates da Cunha Pinto.

PRIMEIRAS TURMAS DE CADETES, QUE FORAM DE CLARADOS ASPIRANTES A OFICIAL, DA ARMA DE AVIAÇÃO

1ª Turma (20 de janeiro de 1928); Antônio Lemos Cunha, Casemiro Montenegro Filho, Márcio de Souza e Mello, Nicanor Pôrto Virmond, Orsini de Araújo Coriolano, Joelmir Campos de Araripe Macedo e José de Souza Prata.

2ª Turma (19 de janeiro de 1929): Benjamin Quintella (Segundo Tenente), Clóvis Monteiro Travassos, José Sampaio de Macedo, Walderniro Advíncula Montezurna, Luiz Carneiro de Farias, Estevam Leite de Rezende, Armando Perdigão, Joaquim Tavares Libânio, Manoel Pinto da Silva Valle e Lincoln Ribeiro Tôrres.

3ª Turma (21 de janeiro de 1930): Júlio Américo dos Reis (Segundo Tenente), Guilhern-ie Aloysio Telles Ribeiro, Nelson Freire Lavenère-Wanderley, Benjamim Manoel Amarante, João de Almeida, João Adil de Oliveira, Arthur da Motta Lima Filho, Agliberto Vieira de Azevedo, Martinho Cândido dos Santos, Homero Souto de Oliveira e Alvaro Domingos de Freitas.
Confirmado no pôsto de Segundo Tenente: Synval de Castro e Silva.

4ª Turma (22 de novembro de 1930): Oswaldo Balloussier, José Vicente de Faria Lima, Miguel Lampert, Theophilo Ottoni de Mendonça, Manoel de Oliveira, Ruy Presser Bello, João Mendes da Silva, Nero Moura, Lauro Aguirre Horta Barbosa, Anysio Botelho, Geraldo Guia de Aquino, Sócrates Gonçalves da Silva, José da Silva Ribeiro Sobrinho, Carlos Cyro de Miranda Corrêa (confirmado no pôsto de Segundo Tenente), Armando Serra de Menezes, Rube Canabarro Lucas, José Moutinho dos Reis, Alcides Moitinho Neiva, Oriswaldo de Castro Velloso, Mário de Oliveira e Silva, Newton Barbosa. Sampaio, Moacyr Valporto de Sá, Jocelyn Barreto Brasil Lima, João Ribeiro da Silva, Salvador Rosés Lizarralde e Vicente Cavalcante de Aragão.

5ª Turma (25 de janeiro de 1932): Ary Presser Bello (Segundo Tenente), Hélio Brügman da Cruz, Renato Augusto Rodrigues, Henrique de Castro Neves, Antônio Raymundo Pires, Benedito de Carvalho, Oscar de Oliveira Baptista, Victor da Gama Barcellos. Adamastor Beltrão Cantalice, Dirceu Paiva Guimarães, Manoel José Vinhaes, João Arelano dos Passos, Victor Barroso Coelho. Rosemiro Leal de Menezes Filho, Arnaldo da Câmara Canto, 1-1-ortêncio Pereira de Brito, José Antônio da Rosa Filho, Mário Coelho Netto, Ademar Neto Rodrigues, Manoel Rogério de Souza Coelho, Cantídio Bentes Guimarães, José Costa, Jonas de Carvalho, Antônio Gonçalves Moreira Filho, Abel Veríssimo de Azambuja. Almir dos Santos Policarpo, Aluisio Teixeira, Edgard Vieira (confirmado no posto de Segundo Tenente), e Gonçalo de Paiva Cavalcanti (confirmado no pôsto de Segundo Tenente).


RELAÇÃO DAS TURMAS DE SARGENTOS PILOTOS FORMADOS NA ARMA DE AVIAÇÃO

1ª Turma (14 de agôsto de 1928): 1º Sargento Floriano Peixoto de Oliveira, 3º Sargento Carlos Brunswick França, Cabo Oswaldo Carneiro Lima e Cabo Tindaro Pereira Dias.

2ª Turma (19 de novembro de 1929): Cabos Bianor Fadoul, Severiano Primo da Fonseca Lins, João Urupukina, Gilberto de Almeida, Dagoberto Nery Hayne, Rubens Borges Corrêa, Dácio Borges e Alexandre Zaphyrios Bersou.

3ª Turma (11 de dezembro de 1930): Cabos Ferrúcio Cuminato, Carlos Faria Leão, Childerico Motta, Miguel de Oliveira Chaves, Mário Laper, Hugo Cantergiani, Hermes Cruz, Licinio Corrêa Dias, Ervino Hauer Kwasinski, Arthur Martins Rocha, Gratuliano Ximenes de Oliveira e Azor Gaivão de Souza.

4ª Turma (20 de novembro de 1931): Cabos Custódio Netto Júnior, José João Aldrighi, Cid Sebastião da França Brügger, Pedro Luiz Jobim Laemertz e Gaspar Weber.


Referências Bibliográficas:
BARROS, Guilherme de Almeida. A Resistência do Túnel: revolução de julho de 1932. São Paulo: Piratininga, 1933. 233p. (ilust.)
BARROS, João Alberto Lins de. Memórias de um Revolucionário. Rio de Janeiro: scp, 1954.
Bopp, Itamar RESENDE – CEM ANOS DA CIDADE 1848-1948. São Paulo, Gráfica Sangirardi –São Paulo 418p.
Bento,Claudio Moreira, O 80º Aniversário da Revolução de 1932 – Algumas considerações,acessado http://www.militar.com.br/artigo-2489-O-80%C2%BA- 
Anivers%C3%A1rio-da-Revolu%C3%A7%C3%A3o-de-1932-%E2%80%93-Algumas-considera%C3%A7%C3%B5es#.Vgidx3pViko
COSTA, Emília Viotti da. 1932: imagens contraditórias. São Paulo: Arquivo do Estado, 1982. 104p.
DONATO, Hernâni. A Revolução de 32. São Paulo: Círculo do Livro, 1982. 224p.
CHAGAS, F. M. F. ; LIMA, P. L. M. (Org.) ; LIMA, R. M. (Org.) . Rui Moreira Lima o Diário
de Guerra. 1. ed. Rio de Janeiro: Adler, 2008. v. 2500. 120p .
VARGAS, Getúlio Dorneles. O Ano de 32: a revolução ao norte. In: "A nova política do Brasil". v.2. Rio de Janeiro: José Olympio, 1938.
VARGAS, Getúlio Dorneles. Diário Pessoal. São Paulo/Rio de Janeiro: Siciliano/FGV, 1995. 1257p.
Fontes Telematizadas:
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BENTO, Cláudio Moreira, História Militar OS 70 ANOS DA REVOLUÇÃO PAULISTA DE 1932 http:// www.ahimtb.org.br/ acessado em 21/6/2010.
CPDOC /FGV Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil http://www.fgv.br/cpdoc/busca/Busca/BuscaConsultar.aspx acessado do dia 10 a 22 de junho de 2010.
Bastos, Stephany Expedito Aviação Paulista na Revolução de 1932
...https://www.novomilenio.inf.
Sistema de Informação do Arquivo Nacional - https://sian.an.gov.br/sianex/Consulta/login.asp 2021.
Junior , Manuel Cambeses - O Emprego da Aviação na Revolução constitucionalista de 1932, Revista do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, Rio de Janeiro, n. 88, p. 132-142, 2002.PDF. incaer.aer.mil.br/2021



[1] Valo o autor do texto se refere a trincheiras das tropas legalistas acantonadas nas terras do Dr.Oliveira Botelho.

[2] Bopp,Itamar ,Resende – Cem Anos da Cidade 1848-1948,Gráfica Sangirard ,São Paulo p.255


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