Por Julio Cesar Fidelis Soares -ARDHIS \ IEV\ AHIMTB
RESUMO
Este artigo é um estudo preliminar sobre os professores e educadores e as
escolas que atuavam em Resende, Província do Rio de Janeiro, no século XIX,
numa busca do que representaram socialmente. A análise dos elementos da
representação social destes mestres e das suas escolas nos ajudará a entender
um pouco mais sobre a história da educação em Resende bem como da região do
Vale do Paraíba Fluminense no período da produção cafeeira e suas interfaces
com a sociedade brasileira.
Palavras-chave: educação, história, escolas e educadores.
A educação é fator preponderante ou principal para o desenvolvimento
social e econômico de um país ou região, não mero elemento de visualização de
crescimento, mas um efetivo instrumento de melhoria de desempenho nas mais
diversas áreas de melhoria dos níveis de qualidade de vida econômica e social.
Assim sendo, é necessário conhecer a
história de nossas escolas para sabermos em que contexto elas foram criadas, sua
organização, que cursos ofereciam em cada período de sua existência, quem foram
seus dirigentes, seus professores e tantos outros aspectos próprios das
pesquisas não quantitativas, mas com um foco extremamente qualitativo onde
podemos aprender mais, não só sobre as escolas como um todo, mas também quem eram
aqueles que trabalhavam no ambiente educacional. De outra maneira, tal estudo
nos possibilita conhecer a história das unidades escolares através do resgate
de seus documentos, que são de extrema importância para o reconhecimento histórico,
pois conseguem registrar o dia-a-dia das atividades das unidades escolares.
Pensando
neste mundo da educação é que colocamos o nosso objetivo, que é regatar
informações sobre a educação em Resende através de fontes de consulta primárias,
para que os estudiosos e memorialistas da História da Educação, especificamente,
possam dar vida e voz à memória das antigas unidades escolares de Resende. Bem
como àqueles, no século XIX, que trabalharam na educação não só com foco
regional, mas também com expressão nacional. Época em que nossa região do Vale
do Paraíba Fluminense, Resende, se despontou não só como pioneira na produção
cafeeira, mas também como foco dispersor desta cultura para outras regiões do
país.
E é assim que se faz mister resgatar
um pouco da história de uma resendense pouco conhecida em sua terra natal, mas
que fez muito pela educação do Brasil até a primeira metade do século XX. Falo então de Anália Emília Franco, nascida
em Resende em 10 de
fevereiro de 18 53, filha de Teresa Emília de Jesus e de Antonio
Mariano Franco Junior. A Resende dos anos 50 do século XIX era uma cidade
pujante do ponto de vista econômico e social.
No ano de 1854 a
produção do Vale fluminense era de 7.988.551 arrobas, superando a produção do
Vale paulista que chegava a monta de 2.737.639 arrobas.[1]
No entanto, apesar de toda essa euforia cafeicultora, a região de
Resende nunca ocupará o lugar de maior produtora de café da província do Rio de
Janeiro. A Cidade de Resende foi grande centro produtor, mas não o maior. Mesmo
que no início do século XIX seja Resende o centro irradiador do café,
espalhando-o por todo o Vale do Paraíba, será Vassouras, Valença, Paraíba do
Sul, Barra Mansa e Piraí que possuirão as maiores fazendas e também a maior
produção. Um dado bem interessante buscado no Almanaque Laemmert de 1850, nos
informa que em Resende o café era produzido em quatro freguesias, por 413
fazendeiros[2], em
Vassouras 82 fazendeiros, 62 em
Barra Mansa e 54 fazendeiros em Valença. O que nos faz intuir
que tal quantidade de propriedades para região de Resende dá indícios da
importância específica da pequena e média propriedade cafeicultora na dinâmica
econômica da região, bem como sua coexistência com as grandes propriedades
monocultoras de café com seus planteis numerosos de braços escravos[3]. No
início da década de 1870 chama-nos a atenção uma declaração no registro de atas
da Câmara Municipal de Resende em 1873:
“... no Município de Resende há mui poucos grandes
lavradores, é talvez o Município da Província do Rio de Janeiro onde propriedade
territorial se acha mais bem dividida e, por conseqüência , onde se
encontra maior número de pequenos produtores...”[4]
Apresentamos assim para Resende, um perfil de sociedade não bipolarizada,
diferente do apresentado pela historiografia tradicional em estudos de outras
regiões, já que no caso de Resende havia uma considerável população de homens
livres em relação aos escravos, como observamos entre os três municípios de
maior expressão na região do Vale do Médio Paraíba quando da pesquisa A Escravidão em Resende no Século XIX: uma breve
introdução à análise econômica[5].
Assim Anália Franco nasce num
contexto de uma Resende que destoa um pouco dos padrões mais gerais dos
“núcleos urbano-rurais”, ou seja das sedes administrativas municipais que
tinham por base apoiar a produção cafeeira, era uma cidade machista, escravocrata,
monarquista e católica , ou seja, tudo o que não será Anália Franco no decorrer
de sua vida. A partir destas premissas e no reforço da relevância apontada por
um estudo sobre ela, que nos diz ter sido uma grande educadora brasileira, mas não conhecida nem
reconhecida em seu estado natal e também não ser reconhecida em nível nacional
como grande educadora foi que nos moveu a este estudo. Há sobre este fato uma
instituição chamada GEAE (Grupo avançado de Estudos
espíritas), que nos faz o seguinte relato em seu boletim, pois Anália não foi Católica
como era comum e geral na sociedade brasileira dos séculos XIX e início do XX:
(...) desta mulher que
tanto fez pelo ensino brasileiro, que bem pouco havia progredido até sua época,
pouco se fala, quase não se fazem homenagens públicas e não fosse o bairro que
lhe leva o nome, onde hoje há um famoso shopping e grandes instituições de
ensino, estaria completamente esquecida pelas gerações mais jovens, justamente
as maiores beneficiárias de sua atuação revolucionária. (Boletim GEAE, 2003).
Anália Emília Franco, feminista,
republicana, abolicionista e espírita, foi tudo o que não queria ser a
sociedade daquela época. Seus estudos iniciaram dentro de casa, pois sua mãe,
Dona Teresa Emília, sendo professora a ensinou.
A Resende do ano de nascimento de Anália era uma Resende embalada no
sucesso de sua produção cafeeira, na Câmara Municipal tínhamos como presidente
Reverendo Padre Joaquim Pereira Escobar, vigário e homem público de grande
valor para administração pública do recém formado município que havia somente
quatro anos sido elevado da categoria de vila a cidade. O então Município de
Resende era formado pelas freguesias de Nossa Senhora da Conceição, São Vicente
Ferrer, São José do Campo Bello e Senhor Bom Jesus de Sant´Anna dos Tocos, com
pujante atividade econômica existiam 24 profissionais liberais, 54 comerciantes,
434 fazendeiros e lavradores divididos entre as pequenas, médias e grandes
propriedades produtoras não só de café mas algumas com engenho e produção de
cana, quanto a fábricas e oficinas existiam em número de 13.
Igualmente importantes para o município nesta
época foram as figuras do Cel. GN Fabiano Pereira Barreto e Dr. Joaquim Gomes
Jardim, os médicos Dr. Custódio Luiz de Miranda, Dr. Gustavo Gomes Jardim e Dr.
Thomaz Whately. Na educação destacamos as figuras de Bernarda Emília do Prado
Brandão que conduzia uma escola pública para meninas na Rua do Rosário número
31, temos ainda o professor público Joaquim José Jorge que conduzia a escola de
primeiras letras no número 27 da mesma rua. Existia também nesta época o
Collegio Rezende de instrução primária e secundária criado em 1851 pelo Dr.
Joaquim Pinto Brasil, irmão da mais famosa educadora do século XIX, Nísia
Floresta[6].
Segundo seus biógrafos, em
1861, a
família se transfere de Resende para São Paulo, onde estudou em uma escola cuja
direção era de sua mãe e em 1868, com 15 anos, se formou professora
conquistando a seguir, por provisão de concurso público, o cargo de professora
chegando a trabalhar ao lado da mãe.
Anália Franco,
já formada pela escola normal, passa sua vida de trabalho fundando abrigos para
órfãos, asilos, colônias regeneradoras, creches e escolas maternais em que
aplicou seus próprios métodos de educação e ensino. Colaborou, de forma
bastante ativa, em revistas feministas, como A Mensageira, A Família e O Eco
das Damas. Além de escrever para estas revistas literárias, criou também a
sua própria revista: o Álbum das Meninas, revista literária e educativa dedicada
às jovens brasileiras, cuja edição iniciou em 1898 e onde publicou a maior
parte de seus contos e romances. Fundou
mais de setenta escolas e mais de vinte asilos para crianças órfãs. Na cidade
de São Paulo, fundou uma importante instituição de
auxílio a mulheres em região antes afastada do centro, onde é hoje o Bairro
paulistano Jardim Anália Franco. Neste sentido fica claro seu pensamento muito
avançado para o Brasil de fins do século XIX e início do século XX onde postula
:
“1º
recolher as mulheres pobres, com ou sem filhos, que se acham ao desamparo; 2º
meninas órfãs ou filhas de pais inválidos; 3º meninos com suas mães, até 8
anos; 4º os filhos de mães operárias de 2 anos para cima; 5º criar aulas de
instrução primária, secundária e profissional, diurnas e noturnas, para as
asiladas ou não; 6º criar secções especiais para enfermeiras (sic) e mulheres
arrependidas (sic).”[7]
Com a Lei do Ventre Livre, Anália mostra sua verdadeira vocação
literária, que segundo seus biógrafos, já era por esse tempo,notável como
literata, jornalista e poetisa; entretanto, chegou ao seu conhecimento que os
filhos de escravas que estavam por nascer eram previamente destinados à “Roda”[8] da
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Nesta época, perambulavam mendicantes
pelas estradas e pelas ruas, os jovens negros expulsos das fazendas por serem
impróprios para o trabalho. Não eram negociáveis como seus pais, e os
adquirentes de cativos davam preferência às escravas que não tinham filhos no
ventre. Então, Anália escreveu apelando
para as mulheres fazendeiras a fim de socorrer as criancinhas necessitadas.
Em 1911, conseguiu, sem qualquer
recurso financeiro, adquirir a chácara Paraíso, de 75 alqueires de terra, parte
em matas e capoeiras, e o restante ocupado com benfeitorias diversas, entre as
quais um velho Solar, ocupado, durante longos anos, por uma das mais notáveis
figuras da História do Brasil: Diogo Antonio Feijó. Nessa chácara, fundou a “Colônia
Regeneradora D. Romualdo”, aproveitando o casarão, a estrebaria e a antiga
senzala, internando ali, sob direção feminina, os garotos mais aptos para a
lavoura, a horticultura e outras atividades agropastoris, recolhendo, ainda,
moças desviadas, e conseguindo, assim, regenerar centenas de mulheres.[9]
Ao final, o resultado quantitativo da
obra educacional, pedagógica, humanitária e social desta resendense ilustre foi
de 71 Escolas, 2 albergues, 1 colônia regeneradora para mulheres, 23 asilos
para crianças órfãs, 1 banda musical feminina, 1 orquestra, 1 Grupo Dramático,
além de oficinas para manufatura de chapéus, flores artificiais, em 24 cidades
do interior e na Capital de São Paulo. Além disto, coloco ainda o fator
qualitativo exposto numa vasta obra literária com romances, contos, crônicas,
poesias, textos de peças teatrais.
Anália veio a falecer no dia 13 de janeiro de 1919, na cidade de São
Paulo. Sua presença ainda é bastante marcante, existem ruas, avenidas, bairro,
logradouros, shopping center e uns cem números de coisas e lugares que marcam a
presença efetiva da humanista e pedagoga social Anália Franco na São Paulo de
hoje. E é lembrando do poeta resendense
Luis Pistarini é que fechamos este artigo com um trecho expressivo do poema que
fez para o centenário da cidade, e serve muito bem para homenagear a esta
mulher brasileira : “...Resende, terra de
poetas, artistas e heróis...”. Anália foi poetisa,
foi artista quando criava textos para teatro, por fim, foi heroína por
enfrentar inúmeras dificuldades frente a uma sociedade machista, católica,
monarquista, preconceituosa e escravocrata.
Bibliografia
Almanak Laemmert de Resende –
Universidade de Chicago. Disponível em: <www.crl.uchicagoo.edu>. Acessado
em: 10 abr. 2008.
Almanaque Laemmert. 1850-1856.
Município de Resende.
Almanaque Laemmert. 1868-1877.
Município de Resende.
BARROS, Maria Cândida Silveira. Vida e obra de Anália
Franco. [s. l.]: Edição da Autora, 1982.
BITTENCOURT, Adalzira. A mulher
paulista na História. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1954.
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Acessado em: 14 de outubro de 2014.
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________. Notícias históricas e estatísticas do município de Resende desde a sua
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MONTEIRO, Eduardo Carvalho. Anália
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1992. p. 245.
PEDREIRA,
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Acessado em: 10 abr. 2008.
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Resende: La Salle, 2001.
Anexo I
A obra de Anália Emília Franco
Romances:
A filha
do artista.
Romance. [s. l.]:Tipografia Globo, 1899;A égide materna. Romance. Publicado em fascículos na revista Álbum das Meninas;
A filha adotiva. Romance. Publicado em fascículos na revista Álbum das Meninas.
Contos:
"O canoeiro"; "O orfãozinho"; "A cruz do arroio"; "D. Constantino"; "Inesília (caso verdadeiro)"; "Idílio agreste"; "A sempre-viva"; "Um suicida (caso verdadeiro)"; "Malvina"; "À borda do abismo"; "Uma reminiscência”; “História de Alcina (caso verdadeiro)"; "A cretina"; "Celina"; "As ruínas"; "As duas irmãs"; "Contos cômicos"; "Minha terra"; "O arlequim"; "O carpinteiro"; "O café"; "Contos infantis n. 1 (História de Eudóxia)"; "Contos Infantis n. 2 (História de Lídia)"; "Enéas".
Poesias:
"Uma saudade"; "A mãe de ouro"; "O canoeiro" (em meio ao conto); "Miséria e fé"; "Inesília" (em meio ao conto); "A doida"; "A agonia de Jesus"; "Caridade"; "As duas irmãs" (em meio ao conto).
Peças teatrais:
"A escolinha", (em um ato); "A feiticeira", drama em três atos; "A caipirinha", comédia em um ato; "As criançolas", comédia em um ato; "A filha ingrata", drama em dois atos; "A neta vaidosa", drama em dois atos; "Quim-quim", comédia em um ato; "Retrato de Lina", comédia em um ato; "As duas colegiais", dois atos.
Crônicas:
"As vítimas do egoísmo social"; "O Liceu Salesiano"; "A mãe virtuosa"; "A Caridade"; "Instrução obrigatória"; "13 de Maio"; "Intuição moral"; "Educação maternal"; "Educação Física"; "Os pobres"; "Às minhas patrícias"; "As creches"; "Nossa apatia intelectual"; "Questões sociais"; "O nosso indiferentismo"; "Os filhos"; "Notas sobre Educação"; "A lei do trabalho"; "O ensino complementar e profissional da mulher"; "XV de Novembro"; "Impressões de Natal"; "Instrução popular"; "O dia de Ano bom"; "O enjeitadinho"; "Notas sobre a educação feminina"; "As filhas do mal"; "O lar feliz"; "Impressões de M’Boi (Embu)"; "Os grandes pensadores"; "A mulher e sua educação"; "As mães"; "A nossa educação"; "Educação feminina"; "Conflitos modernos"; "As mães e professoras"; "A nossa apatia mental"; "Notas de uma instituidora".
[1] MOTTA
SOBRINHO, Alves. A civilização do café.
São Paulo: Brasiliense, 1978. p. 24.
[3] O
assunto foi alvo de estudo e comprovado através da dissertação de mestrado
“Pequenos e médios proprietários: relações de poder em uma economia
latifundiária – Resende século XIX.” USS, Vassouras - 2006. Autor: Prof. Mestre
em História
Social Julio Cesar Fidelis Soares.
[4] Ata da Câmara
Municipal de Resende -1873.
[5] Este estudo centrou-se na preparação de uma pesquisa
mais ampla e profunda do processo da escravidão no município de Resende na
Província do Rio de Janeiro. Uma vez que tal município tem grande importância
frente à História Econômica do Brasil, no sentido em que foi pioneiro na
implantação dos cafezais no Vale do Paraíba Fluminense, bem como pólo dispersor
desta cultura para Províncias de São Paulo e Minas Gerais. Numa tentativa de leitura
econômica de questão do trabalho escravo do ponto de vista do comprador desta
força de trabalho, podemos visualizar algumas características que diferem o
trabalho escravo do trabalho livre remunerado na região de Resende.
[6] Nísia
Floresta, cujo nome verdadeiro era Dionísia Gonçalves
Pinto, escreveu 15 livros, tendo sua obra conquistado grande prestígio,
não somente no Brasil, mas também em diversos países da Europa. Irmã de Joaquim
Pinto Brasil, que foi professor do Dr. Luiz Pereira Barretto
em cuja escola aprendeu as primeiras letras, fazendo ainda parte de seus
preparatórios no Colégio Brasil, uma das mais significativas figuras do
pensamento científico nacional dentro da corrente positivista, viveu oitenta e
três anos, nasceu em Resende-RJ à 11 de janeiro de 18 40 e faleceu em São Paulo à 11 de janeiro de 19 23.
Dr. Luiz Pereira Barretto foi um dos fundadores da Escola Paulista de Medicina
hoje pertencente a USP.
[8] A Roda
foi idealizada em Portugal para Santa Casa de Misericórdia de Lisboa e servia
para que “as pobres crianças enjeitadas não fossem disputadas pelos cães vadios
da cidade”. A Roda, era um cilindro oco de madeira que gira em torno do próprio
eixo e com abertura em uma das faces, ficava voltada para uma janela, por onde
eram colocadas as crianças. A mãe batia na madeira para avisar o porteiro, que
aguardava do lado de dentro para não ver seu rosto e girava a Roda, recolhendo
o abandonado. Disponível em: <http://www.cremesp.org.br/revistasermedico/sermedico040506_2002/historia_medicina.htm>.
Acessado em: 10/4/2008
17:11.
[9]
Disponível em: <http://www.evangelho.espiritismo.nom.br/personalidades/analia.htm>.
Acessado em: 10/4/2008
17:28.