quarta-feira, 8 de julho de 2015

CALIBRE 32 : RESENDE EM ARMAS - A Revolução de 1932.

O presente estudo tenta buscar um pouco da história da Revolução de 1932, que ocorreu em grande parte do território do Vale do Paraíba nas áreas fronteiriças entre os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas exatamente nas terras de Resende que era alvo estratégico na visão militar paulista e das tropas governistas. O trabalho tem a intenção de chamar atenção para mais estudos sobre a Revolução e seus protagonistas em ação no Médio Vale do Paraíba.

Julio Cesar Fidelis Soares[1]



[1] Professor Universitário UGB -VR, Mestre em História Social, membro do Instituto de Estudos Valeparaíbano (IEV), da Academia Resendense de História e da  Academia de História Militar Terrestre do Brasil. fidelissoares@ig.com.br

Palavras – chave: população – revolução - representação social

Falar da Revolução Constitucionalista de 1932 é lembrar-se de imagens, vídeos, reportagens de um confronto que pouca gente conhece e que na maioria das vezes acham até engraçado, pois só se falam de um lado, mas que história é esta que têm um confronto que não existe inimigo do lado oposto? As cidades afetadas foram somente algumas? Onde entra o Vale do Paraíba, sobretudo a parte do Vale Fluminense? São questões que pretendemos de maneira ainda que inicial dar vida e voz para futuros trabalhos a respeito deste tema. Assim procuraremos falar um pouco da ação das forças legalistas na Resende dos anos de 1932, que passou a ser sede comando do Destacamento do Exército do Leste, sob a direção do General Pedro Aurélio de Góis Monteiro figura importante para que o Estado Novo se consolidasse e tomasse rumo nos seus anos de gestão do Brasil. Veremos que muitas decisões importantes partem desta parte do vale rumo ao Rio de Janeiro em intensa correspondência entre o General Góis Monteiro e o Presidente Vargas.

General Góis Monteiro e Getúlio na Revolução de 30.
Quando se inicia o movimento no Estado de São Paulo, Resende sente os primeiros efeitos da movimentação de tropas uma vez que as mais importantes unidades militares paulistas vão se voltar para direção de Resende como primeiro ponto a ser conquistado com vistas a chegar à capital federal.  A cidade tranqüila do interior com seus casarões centenários advindos do ciclo cafeeiro transforma-se em setor de operações das tropas do governo(legalistas). Itamar Bopp nos relata que em 10 de março de 1932, entra na cidade sob o comando do Coronel Pinto Coelho, um pelotão do 1º Regimento de Cavalaria Divisionária, que monta sua área de acantonamento em Campos Elíseos.






            Destacamento de Cavalaria do Exército em 1932.


No dia 12 de março o comando é passado ao Coronel Manoel de Cerqueira Daltro Filho[2]. O destacamento é reforçado por mais três unidades do exército, quando se instala o Quartel General em dependências da Estrada de Ferro, ou seja, na sede da Estação Ferroviária de Resende, neste momento é proclamada aos habitantes de Resende que a cidade está ocupada militarmente como medida preventiva e é divulgado quais as restrições sob ordem marcial. Mais de 800 homens são mobilizados para manterem a ordem e disciplina em função do momento delicado.


No dia 16 de março chega à cidade o Presidente Getulio Vargas, em visita as tropas acantonadas.  Teve contato com soldados concitando-os a manterem a ordem e dentro do possível tratar com tolerância os revoltosos, pois são brasileiros. Um fato interessante desta visita é que o Presidente Vargas fala aos oficiais de sua pretensão de voltar a Resende para assistir o lançamento da pedra fundamental da nova Escola Militar em terras de Resende[3]. No lado paulista as tropas progridem em sua infiltração no distrito de Engenheiro Passos, em Formoso área de São Jose do Barreiro ainda dentro de terras paulista mais que dariam o controle de um setor importante como a rodovia São Paulo – Rio  e também por este município paulista ter função estratégica num movimento para captura de Resende. Dentro do seu processo de progressão as tropas paulista avançam sobre a freguesia de Sant´Anna dos Tocos fazendo com que a população local fugisse para não sofrer os reveses das possíveis lutas. Bopp ainda nos dá notícias de que patrulhas da cavalaria paulista esquadrinhavam a região em missões de reconhecimento chegando à altura da fazenda Babilônia[4] cerca de 10 km da cidade de Resende.
            Já o distrito de Itatiaia é que vê de fato os efeitos da Revolução, pois tropas da Infantaria paulista em conjunto com milicianos revolucionários ocupam a estação ferroviária da Central do Brasil. Imediatamente o Comando do Destacamento do Leste procura ordenar a movimentação de tropas para repelir o avanço dando inicio a uma reação a 17 de março de 1932. Houve confronto e as tropas paulistas revolucionárias recuam em função da ação legalista, o saldo foi a recaptura do setor e o aprisionamento de retardatários que em sua maioria segundo Bopp eram jovens e que já estavam desprovidos de munição, fato que vai ser recorrente nas tropas paulistas ao longo do confronto. Ainda segundo Bopp na região de Engenheiro Passos havia muitos abrigos bem preparados e ele credita tais estruturas às tropas paulistas da Guarnição de Lorena[5].
Em função da delicada situação de confronto é instalada na Santa Casa de Misericórdia o Serviço de Saúde Divisional sob o comando do Capitão Médico Dr. Gentil Alves[6], o Dr. Jose Máximo Ballieiro médico resendense de maneira espontânea coloca seus serviços no auxilio as intervenções cirúrgicas realizadas no Ambulatório Militar instalado na Santa Casa. Chegam junto mais reforços ao contingente local e ficaram alojados nos cinemas Odeon e Central, no Grupo Escolar Dr. João Maia e Grupo Escola Ezequiel Freire em Itatiaia.  A residência do Dr. Oliveira Botelho também foi utilizada como abrigo aos militares bem como sua fazenda Santo Amaro, o contingente foi abrigado por força de que o filho do proprietário o tenente Cesar Botelho fazia parte deste destacamento.
E as tropas chegam em maior número aumentando toda movimentação bélica na cidade pois para Resende vieram o 2º Batalhão da 1º Grupo de Artilharia da Paraíba do Norte, com efetivo de 400 homens sob o comando do Capitão Muniz.
Em função dos combates são capturados em Engenheiro Passos próximo a Estação 30 soldados paulistas, na sua maioria jovens de ascendência italiana. Bopp diz que foram interrogados pelo Oficial de Dia ao Q.G. que lhes perguntou: “São Brasileiros?”  e responderam de maneira altiva : “Somos Paulistas”.
Em função dos combates as tropas legalistas avançaram em suas incursões e toma Sant`Anna dos Tocos aos paulistas, após violentos combates. Os paulistas depois abandonarem o campo de combate deixaram o soldado Ulisses Nunes Pereira[7], 21 anos,Pernambucano, soldado do 4º Batalhão de Infantaria ,quarta companhia , que foi o primeiro soldado a falecer em dependências da Santa Casa em razão dos ferimentos de combate.  O General Pedro Aurélio de Góis Monteiro transfere seu Q.G. de Barra Mansa para Resende instalando-se em Campos Elíseos, em composição ferroviária da Central do Brasil disponibilizada ao Destacamento do Exército do Leste. Em 19 de agosto ele envia um documento de seu Q.G. em Resende para Getulio Vargas relatando os fortes combates em que as tropas legalistas envolveram-se e mostram-se segundo ele com bastante coragem revelando seu valor todo seu valor. Comenta sobre a presença do trem blindado que causou baixa no exército legalista, fala ainda do uso pelos paulistas de granadas de gás lacrimogêneo e granadas de mão. Solicita ele então os mesmos meios ao presidente[8]. Num telegrama datado de 20 de setembro de 1932 igualmente enviando ao Dr. Getulio, Góis Monteiro relata o bombardeio de Lorena pelos revoltosos com uma peça de 150 mm, denominado pelos paulistas com o nome de CATARINA[4] e avisa que deu um ultimato aos paulistas se continuarem atacará as diversas cidades do Vale do Paraíba progredindo até São Paulo[5].


Peça 150 mm Schneider Artilharia Paulista adaptada em uma prancha da EFCB. (Foto: http://peregrinacultural.files.wordpress.com/2008/08/1-32sp122.jpg)

Um grande número de soldados é baixado para Santa Casa não por causa dos embates mais por causa dos carrapatos e só uns poucos foram baixados feridos por conta dos embates. Prestaram serviços ao Serviço de Saúde Divisionário, instalado na Santa Casa os escoteiros Divisão Escoteira de Resende cuja sede era o Grupo Escolar Dr.João Maia ,os escoteiros Gleber Novaes, Apolo Frech,Willi Novaes,Jose Soares e outros meninos do Grupo Escolar Dr. João Maia que serviram à Secção de Saúde do Exército.

Escoteiros do Grupo Escolar Dr. João Maia apoiavam o serviço de saúde do Exército. da esquerda para direita Motorista, Gleber Novaes, Apolo Frech,Willi Novaes ,Jose Soares (Foto: Acervo particular do autor: Prof.Julio Cesar Fidelis Soares)

A luta continua o Capitão Zenóbio da Costa[9] inflige uma grande derrota as força paulistas até então localizadas em Engenheiro Passos na altura da Fazenda Palmital[10] nos contra fortes do Itatiaia.
Em função dos combates Resende, mais precisamente Itatiaia recebe a visita do Presidente Getúlio Vargas que chega acompanhado pelo Ministro da Guerra e o General  Góes Monteiro.  O Presidente Vargas visita a tropa acantonada no local e depois vai a Formoso na altura do Clube dos 200 para observar melhor a frente.  Ação perigosa, pois estava à pequena distancia da área de ação do Regimento de Infantaria paulista oriundo de Lorena. Em Resende o Comandante Militar de Ocupação baixa normas para os serviços postais telegráficos da cidade fixando censura militar. Intensificam-se as patrulhas de cavalaria e infantaria que rondam a cidade, onde a partir de 9 horas da noite foi estabelecido um toque de recolher que só pode ser revogado mediante a um salvo conduto.
O bairro de Campos Elíseos foi ocupado pelas tropas e sua área do Horto Florestal do Ministério da Agricultura foram derrubada árvores para dar lugar a um campo de pouso para operação de esquadrilha de aviões militares que iriam fazer operações de observação e ataque ao solo paulista. Os populares “Vermelhinhos”[11] chamavam muita atenção dos locais, principalmente quando chega o primeiro deles pilotado pelo tenente Muricy[12] da aviação do Exército.

Aeronave Waco CSO –biplano, 2 tripulantes, motor Wright de 240 Hp, radial, 7 cilindros, refrigerado a ar, velocidade de cruzeiro de 180 Km/h. Podia ser armada com 2 metralhadoras Colt Browing .30 ou 7,7 mm, sincronizadas com a hélice, e transportar até 110kg de bombas.

Tendo as força legalista alçado sucesso em suas operações as tropas progridem em direção a terras paulistas, a unidade do Serviço de Saúde do Exército deixa a Santa Casa de Resende para ficar em melhor posição junto a frente de combate, ficando uma unidade de apoio a Ambulância Mista Divisionária cujo comando era do Major Médico Dr. Mario Castro Pinto cujo efetivo era formado por farmacêuticos, enfermeiros, padioleiros e três ambulâncias. Neste momento enquanto umas unidades se deslocam rumo a frente de combate outras tropas chegam a Resende vindas de Alagoas, Sergipe e do Ceará, sendo que estes últimos são em especial mencionados por Itamar Bopp por sua fé em Padre Cícero, dizendo que em grande maioria usavam uma medalha do “Padrim” e não deixavam de ir as missas na matriz todos os dias.
Os primeiros prisioneiros paulistas chegaram à cidade e foram para cadeia de Resende, todos jovens estudantes de Direito da Faculdade Paulista do Largo de São Francisco e depois chegaram ainda mais uma leva de 36 prisioneiros entre eles advogados, industriais e mais estudantes. Neste período ocorreu o falecimento na Santa Casa do jovem soldado legalista  de 21 anos Otávio Reis da Silva do 3º Batalhão de Caçadores[13], que foi sepultado no Cemitério do Senhor dos Passos com honras militares.
Dentre este cenário de hostilidades, quando da invasão das tropas paulistas as terras fluminense foi encontrado morto o sargento Ciso(Cícero)do 1º Regimento de Cavalaria Divisionária, sendo a primeira vítima dos embates entre as tropas legalistas na região da fazenda da Grama no distrito de Sant´Anna dos Tocos.
Blindados FT-17 das tropas Legalistas.
Sociedade e a luta

Varias entidades se engajaram no apoio as operações mais nenhuma foi tão atuante como a Loja Maçônica Lealdade e Brio que através de seu Venerável Mestre Jose Ferreira de Matos sede as instalações da loja para alojar oficiais superiores e inferiores. Ao ter que se deslocar com a tropa que progredia dentro das linhas paulista o comandante da Ambulância Mista Divisionária Major Dr. Jose Valente Ribeiro agradeceu em ofício a prestimosa ajuda e colaboração da entidade e seus obreiros ao exército e a causa nacional.
Mas não só de situações belas de solidariedade vive-se num momento com os de 1932,ocorreram problemas como o assalto da Fazenda Santa Maria, onde ocorreu o assassinato de Albino de Araújo,administrador da fazenda. As autoridades no sentido de manter a ordem local procederam a investigações e apuraram-se os culpados do crime um Cabo do Batalhão de Polícia de Sergipe José de Barros Cavalcante e o soldado Manoel de Almeida.
Outro fato que trouxe comoção a cidade foi à chegada do corpo do Capitão Cícero Augusto de Góes Monteiro[14], morto em combate no setor de Silveira, sendo feito as exéquias fúnebres na Capela de N. S. da Boa Morte da Santa Casa de Misericórdia.
O Hospital de Convalescentes de Itatiaia em Campo Belo é utilizado como Hospital de Sangue em apoio às tropas, teve esta unidade o comando do Major Médico Dr. Lima Meirelles.  Este posto avançado deve ter sido deslocado para Itatiaia uma vez que os combates eram aguerridos na região de Engenheiros Passos, próximos a fazenda Palmital, pois houve grande infiltração de tropas paulistas neste setor. Segundo Bopp ocorre à distinção do 2º Tenente Cabral por bravura em combates na região entre Engenheiro Passos e Queluz, resendense que servia na 1ª companhia do 1º Batalhão do 1º Regimento de Infantaria. Nesta mesma região morre em função dos combates o Aspirante das forças Paulistas Almachio de Castro Neves[15], que foi sepultado no cemitério de Engenheiro Passos.
Resende fica na história militar brasileira não só por ter participado com sua gente na Revolução de 1842, na Guerra do Paraguai com seus Voluntários de Pátria que foram ao teatro de operações do Prata formando parte do contingente do 8º Corpo de Voluntários mas por sua participação efetiva da população as tropas legalistas o que acaba tendo um preço. E Itamar Bopp conta este episódio da seguinte forma:


“Na madrugada de 13 de agosto de 1932, por volta de três horas da madrugada, a cidade é despertada por violentos e sucessivos estampidos. Madrugada de luar argênteo. Buscam todos,atônitos ,conhecer a causa. Foi logo conhecida. Um avião que viera das bandas de São Paulo e que em baixa altitude sobrevoara o Campo de Aviação de Campos Elíseos, e o comboio da Central do Brasil que estacionado na estação de Resende,servia de Q.G. do General Góes Monteiro,tomando rumo a fazenda Santo Amaro nas cercanias da cidade, bombardeara terra limítrofes. Identificam-se sem tardança, os locais atingidos ,terra das chácaras de Adelino Souto e de Inez Teltscher,à rua do Rosário e um valo, nos campos do imóvel Santo Amaro, de propriedade do Dr.Oliveira Botelho. Indisfarçável o nervosismo da população. Por todo dia foi grande a romaria de curiosos ,civis e militares aos pontos atingidos. Um dos grandes petardos,o que caira na chácara Teltscher ,não explodira embora cravado até a meia altura ,no local depois de desgalhado pequena árvore que frondejava. Parece que o intuito do aviador ,foi tão só, fazer guerra de nervos,alarmando a população civil e atemorizando as tropa legais, com bombas feitas em Limeira pela firma Barros Camargo.”[16]
Sabe-se que o General Klinger[17] determinou como ação de dissuasão que fosse feito o bombardeio aéreo das cidades do Rio de Janeiro, Barra Mansa, Barra do Piraí e Resende, sendo que Resende foi a única a ser atacada entre os quatros pretensos alvos das cidades citadas na diretiva de Klinger a sofrer um ataque aéreo em 1932, fato como este que dentro da história militar brasileira faz da região alvo para mais estudos sobre a ação das tecnologias bélicas na historiografia militar brasileira.Talvez em função de sua posição estratégica dentro do confronto que a cidade recebe inúmeras visitas de gente importante para história do país naquele momento da história tais como o Almirante e Ministro de Marinha Protogenes Guimarães o Almirante Ary Pareiras interventor do Estado do Rio de Janeiro. Além do próprio Getulio Vargas que vem passar revista as tropas nas linhas de combate na região de Salto próximo a Nhangapi[18] ao lado de seu comandante General Góes Monteiro.
General Bertoldo Glinger comandante das tropas paulistas.
Ao fim as força legalista vão progredindo diante das vitórias contra os paulistas, as tropas que ora ocupavam a cidade vão em direção a Cruzeiro[19] ponto tido como crucial para marcha até São Paulo. Resende esteve ocupada por tropas de 10 de março até 23 de Setembro de 1932 com pleno envolvimento da população nas ações que acabam por marcar a história do Brasil nos primeiro momentos da década de 30 do século vinte. Podemos dar conta disto pela contabilidade de atendimentos da Santa Casa durante esta fase em que segundo dados foram atendidos 1.963[20] soldados, sendo 451 feridos em decorrência dos confrontos entre um lado e outro.
Assim entendemos que o estudo das Guerras, das lutas internas mesmo que sendo fratricida como o episódio de 1932 nos ajuda entender com olhares positivos e negativos a luz da História Social e Militar os atos de bondade, dedicação, de benemerência por parte das populações que viveram um dos piores momentos da história de qualquer sociedade a guerra, que requer uma infra-estrutura como foram as usadas: fontes de energia elétrica, escolas, hospitais, templos religiosos, agremiações como a Maçonaria, o grupo de jovens escoteiros entre outras tantas. Por isto tudo devemos sempre ter olhares para o passado e relembrarmos de tudo o que passou e de todos aqueles que mesmo anonimamente participaram dos eventos que marcou e marcará a história do Vale do Paraíba a Revolução de 1932.
Peça Canhão Krupp 75 mm das tropas Legalistas estacionada no Bairro Manejo.(fonte:Luiz Filipe Pimentel)
ANEXO I

– MAPA ESBOÇO DO TEATRO DE OPERAÇÕES do DESTACAMENTO DE EXÉRCITO DO LESTE -


Bibliografia :
BARROS, Guilherme de Almeida. A Resistência do Túnel: revolução de julho de 1932. São Paulo: Piratininga, 1933. 233p. (ilust.)

BARROS, João Alberto Lins de. Memórias de um Revolucionário. Rio de Janeiro: scp, 1954.

Bopp, Itamar  RESENDE – CEM ANOS DA CIDADE  1848-1948.  São Paulo, Gráfica Sangirardi –São Paulo  418p.

COSTA, Emília Viotti da. 1932: imagens contraditórias. São Paulo: Arquivo do Estado, 1982. 104p.

DONATO, Hernâni. A Revolução de 32. São Paulo: Círculo do Livro, 1982. 224p.

NOSSO SÉCULO: memória fotográfica do Brasil no século 20. (Coleção) v. III. São Paulo, Abril Cultural, 1980. (pp. 38-57)

VARGAS, Getúlio Dorneles. O Ano de 32: a revolução ao norte. In: "A nova política do Brasil". v.2. Rio de Janeiro: José Olympio, 1938.

VARGAS, Getúlio Dorneles. Diário Pessoal. São Paulo/Rio de Janeiro: Siciliano/FGV, 1995. 1257p.

Fontes Telematizadas:

ANDRADE, Antonio de TEMA: VIAGEM NO TEMPO PARA ENTENDER 1932
 http://www.editora-opcao.com.br/ada12.htm acessado em: 17 de junho de 2010

BENTO, Cláudio Moreira, História Militar OS 70 ANOS DA REVOLUÇÃO PAULISTA DE 1932 http:// www.ahimtb.org.br/ acessado em 21/6/2010.

CPDOC /FGV Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil http://www.fgv.br/cpdoc/busca/Busca/BuscaConsultar.aspx acessado do dia 10 a 22 de junho de 2010.



[17]Bertoldo Klinger nasceu em Rio Grande (RS), em 1884, ingressou na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, em 1901. Junto com outros companheiros militares, participou da revolta contra a vacina obrigatória ocorrida em 1904, na então capital do país. Em função disso foi preso, só regressando ao Exército no ano seguinte, quando foi anistiado. Entre 1910 e 1912, esteve na Alemanha realizando estágio militar, quando tomou contato com as inovações técnicas e organizacionais então empreendidas no exército daquele país. Ao voltar ao Brasil, tomou parte na fundação da revista A Defesa Nacional, junto com outros militares que haviam realizado estágio semelhante ao seu. Por se mostrarem fortemente influenciados pela doutrina militar alemã, os incentivadores da revista receberam de seus adversários o apelido de "jovens turcos", numa referência aos jovens oficiais militares que, após terem tido contato com o exército germânico, voltaram à Turquia para promoverem reformas políticas e militares. Ocupou o posto de redator-chefe de A Defesa Nacional, e em suas páginas criticaria anos mais tarde, a indicação do nome de civis para os ministérios militares no governo de Epitácio Pessoa. A influência alemã fez também com que se opusesse à missão francesa contratada para reformular o Exército brasileiro no mesmo período. Acessado em 21/6/2010: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/biografias/bertoldo_klinger.
[18] Vide Anexo I mapa esboço do teatro de operações 1932 fronteira Rio –São Paulo – Minas.
[19] Cruzeiro foi setor importante não só para os paulistas manterem por ser um importante entroncamento ferroviário, área comandada pelo Coronel Euclydes de Figueiredo que ocupa a cidade e bloqueia o túnel que separa essa cidade de Passa Quatro, em Minas Gerais. Esse episódio ficou conhecido como a Batalha do Túnel da Mantiqueira.
[20]Idem,Bopp Itamar p.257



[16] Bopp,Itamar ,Resende – Cem Anos da Cidade 1848-1948,Gráfica Sangirard ,São Paulo p.255


[14]Cícero Augusto de Góes Monteiro, filho de Pedro Aureliano Monteiro dos Santos e Constança Cavalcanti de Góes, casado com  Clara de Mendonça Machado em 13de  julho de 1923. Cícero nasceu em 25 de novembro de 1892 em São Luiz de Quitunde/AL, Brasil. Ele faleceu em 29 de agosto de 1932 no Vale do Paraíba/RJ, Silveiras-SP.
[15] Na Pg. 33. Seção 1. (DOU) de 30/07/1935 existe um pedido pensão concedido pelo governo de pensão especial a Alda de Castro Neves, irmã solteira menor de Almachio de Castro Neves, 2° tenente do Exercito, com a despesa classificada de 27:313$200. -Julgou-se legal a concessão e ordenou-se o registro da referida despesa.




[13] 3º Batalhão de Caçadores é uma unidade histórica do Exército Brasileiro atuando em vários conflitos dentro da história militar brasileira teve como um de seus comandantes então Major Juarez Távora. Hoje ele é o 38º BATALHÃO DE INFANTARIA, localizado em Vila Velha - ES, foi criado em 19 de abril de 1851, na cidade de Salvador - BA, pelo decreto 782, com a denominação de meio Batalhão de Caçadores da Bahia. Ao longo de 150 anos de existência teve as seguintes outras denominações: Batalhão de Caçadores (1860), 16º Batalhão de Caçadores (1865), 16º Batalhão de Infantaria (1870), 50º Batalhão de Caçadores (1908), 3º Batalhão de Caçadores (1919) e, finalmente, 38º Batalhão de Infantaria (1973). http://www.morrodomoreno.com.br/exercito.htm acessado em  22/6/2010.




[11] Durante a revolução Constitucionalista, em 1932, operou-se com o Grupo Misto de Aviação com 5 Waco CSO (com metralhadoras e porta bombas) e 12 Potez 25 TOE (observação e bombardeio) juntamente com a Escola de Aviação Militar, esta com 11 De Havilland DH 60T (ligação, observação e regulagem de tiro de artilharia), 1 Nieuport Delage 72 (caça), 1 Amiot (bombardeio), participaram das operações ao lado das forças legalistas. Os aviões Waco eram chamados de vermelhinhos. Foram realizadas cerca de 1.300 missões e voadas, aproximadamente, 2.500 horas. Acessado em 19/06/10 http://www.reservaer.com.br/galeriahonra/aviacaomilitar/(35)wacocso.html

[12] Tenente José Candido da Silva Muricy Filho era da Arma de Artilharia e foi transferido para a Arma de Aviação em 21 de Agosto de 1930. Participou da Revolução Constitucionalista, em 1932, ao lado das forças governistas, chegando a engajar combate aéreo pilotando um Potez, tendo como observador-metralhador o Tenente José Vicente de Faria Lima. Acessado em 20/06/2010 : http://www.reservaer.com.br/biblioteca/e-books/correio/4-expansao.html



[9] Euclydes Zenóbio da Costa,em 9 de maio de 1893, nasceu em Corumbá/MS, que viria a ser o idealizador da Polícia do Exército (PE) da Força Terrestre. Filho e neto de militares, estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, no ano de 1903, de onde seguiu para a Escola Militar de Realengo, lá concluindo, em 1916, os cursos de Infantaria e Cavalaria. Terminada a Revolução de 1932, o então Major Zenóbio cursou a Escola de Infantaria e a de Estado-Maior e foi promovido, por merecimento, a tenente-coronel e a coronel. Neste posto, comandou o 3º Regimento de Infantaria. Promovido a General-de-Brigada em 1942, ocasião em que o Exército passava por radical transformação, assumiu o comando da 8ª Região Militar, em Belém. Acessado:http://www.anvfeb.com.br/zenobio.htm em 17/06/2010.
[10] Fazenda construída no XVIII ao largo do caminho para Minas Gerais, além das atividades agrícolas a fazenda servia para atender os tropeiros como ponto de descanso nas viagens para as  Gerais, era parada obrigatória de que ia do Rio para estações termais. Acessado: em 19/06/10 http://www.institutocidadeviva.org.br/inventarios/sistema/wp-content/uploads/2008/06/11_palmital.pdf.



[6] Capitão Antônio Gentil Basílio Alves foi auxiliar de instrução do serviço de saúde em tempo de guerra – trabalhos práticos da Escola de Saúde do Exército em 1930.
[7] Segundo Bopp , o soldado Ulisses Nunes,praça numero 678 do 4º BI faleceu em função de uma peritonite. E foi sepultado no Cemitério Senhor dos Passos em sepultura de nº 22593- 1932.
[8] Carta de Góes Monteiro a Getúlio Vargas elogiando a visita do Ministro da Guerra, Olegário Maciel, informando sobre o combate travado com as forças rebeldes durante o dia e reiterando pedido para que seja providenciada a remessa de armamentos. Resende (Vol. VII/42). CPDOC FGV acessado em 22/6/10 http://www.fgv.br/cpdoc/busca/Pasta/PastaPesquisaConsultar.aspx
[4] In Jeziel de Paula, Agonia & Glória, imagens, mitos e memórias da guerra civil brasileira de 1932, Tese de Doutorado apresentada ao Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, setembro de 2001.
[5] Telegrama de Góes Monteiro a Getúlio Vargas reiterando pedido para que as promoções militares sejam feitas com seu prévio conhecimento e comunicando o bombardeio da cidade de Lorena pelos rebeldes. Resende (Vol. VIII/5).CPDOC FGV acessado em 22/6/10
http://www.fgv.br/cpdoc/busca/Pasta/PastaPesquisaConsultar.aspx




[3] No dia 29 de Junho de 1938, o presidente Getulio Varga e comitiva participam do lançamento da pedra fundamental da Universidade Militar da Agulhas Negras, que depois passa se chamar de Escola Militar de Resende e em 1951 ganha o nome atual de Academia Militar das Agulhas Negras.
[4] A Fazenda Babilônia foi, no século XIX, uma das propriedades de D. Maria Benedita Gonçalves Martins, uma das mulheres mais empreendedoras na região do Vale do Paraíba, pois chegou a ser conhecida pela alcunha de “a Rainha do Café”, dona e dirigente de cerca de dez fazendas, que totalizavam uma produção de 40.000 arrobas ao ano. Mulher dinâmica, Maria Benedita colaborou com doações financeiras e materiais para a construção e manutenção da Santa Casa de Misericórdia de Resende, fundada em 1835. Organizava campanhas, festas, quermesses, bingos, cujos recursos arrecadados eram destinados por ela à causa da educação no município. Criou uma banda de música formada por seus escravos, que ficou famosa graças à sua habilidade. Com instrumentos trazidos da Europa e uniformes feitos no Rio de Janeiro, ao estilo das fardas usadas pelas milícias, com polainas e quepes. Sua banda passou a ser presença obrigatória nas festas realizadas por ela no seu sobrado em Resende, em suas fazendas e, também, nas celebrações religiosas e cívicas. Por ocasião de seu falecimento, a Fazenda Babilônia coube a seu filho Antônio Augusto Martins, que, assim como sua mãe, foi também um dos maiores produtores de café em Resende.
[5] Esta unidade é o antigo 5º Regimento de Infantaria de Lorena –SP, hoje chamando-se atualmente de 5º Batalhão de Infantaria Leve - Regimento Itororó, foi criado em 04 de junho de 1908, com a denominação de 5º Regimento de Infantaria e sede inicial na cidade paranaense de Ponta Grossa, aproveitando elementos dos 13º e 14º Batalhões de Infantaria. Somente em 10 de novembro de 1923, recebeu o Regimento nova organização, com sede na cidade de Lorena - SP, ocupando as antigas instalações do 53º Batalhão de Caçadores.  


[2] Manuel de Cerqueira Daltro Filho (Cachoeira, 1882 — Porto Alegre, 1938) foi um militar brasileiro, tendo governado os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul por periodos breves, na condição de interventor federal.Inicou sua carreira militar aos 16 anos ao sentar praça no 9° Batalhão de Infantaria em Salvador. Após uma passagem pelo Rio de Janeiro, foi transferido para o Rio Grande do Sul, onde cursou a Escola Tática e de Tiro de Rio Pardo. Em 1901 retornou ao Rio para a Escola Militar da PraiaVermelha, onde permaneceu até 1904, quando a escola foi fechada por haver apoiado a Revolta da Vacina.Entre 1906 e 1908 retornou ao Rio Grande do Sul para cursar a Escola de Guerra em Porto Alegre. Em 1911 é transferido para Curitiba, onde no ano seguinte passou a integrar o Estado Maior do general Setembrino de Carvalho, tendo participado do combate ao movimento do Contestado. Ainda em Curitiba participa, com os amigos Victor Ferreira do Amaral e Nilo Cairo, em 19 de dezembro de 1912 da criação da Universidade do Paraná, embrião da UFPR, compondo a primeira diretoria da instituição, no cargo de 2° secretário.